ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 01-8-2002.
Ao primeiro dia do mês de agosto do ano dois mil e
dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e oito minutos, constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da
presente Sessão, destinada à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao
Grupo Impacto, nos termos do Projeto de Resolução nº 070/01 (Processo nº
3300/01), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a MESA: o Vereador João
Carlos Nedel, 1° Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os
trabalhos; o Senhor Luiz Carlos Vasquez, representante do Grupo Impacto; o
Vereador Paulo Brum, 2º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a
execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que
falariam em nome da Casa. O Vereador Paulo Brum justificou os motivos que
levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem, discorrendo sobre a
trajetória artística do Grupo Impacto e salientando a atuação desse grupo na
divulgação da música popular gaúcha. Ainda, citou composições musicais
executadas pelo conjunto ao longo de seus trinta e três anos de existência. A
seguir o Senhor Presidente registrou as presenças do ex-Vereador Jacques
Machado e dos Suplentes Mário Fraga e Fifa Machado e, após, foi dada
continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Adeli Sell,
em nome da Bancada do PT, saudou os integrantes do Grupo Impacto, parabenizando
o Vereador Paulo Brum pela proposição da presente solenidade. Também, discursou
sobre aspectos singulares da carreira musical desse conjunto e exaltou as
atividades desenvolvidas pelo mesmo, no intuito de proporcionar aos
porto-alegrenses momentos de bem-estar e alegria. O Vereador Carlos Alberto
Garcia, em nome da Bancada do PSB, homenageou a Senhora Abigail Blattner, mãe
de um dos integrantes do Grupo Impacto e manifestou-se a respeito das apresentações
musicais do grupo em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Também, chamou a
atenção desta Casa para a diversidade musical do repertório adotado pelo grupo
homenageado. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB,
felicitou os participantes do Grupo Impacto pela presente homenagem,
ressaltando a contribuição desse conjunto para a história musical contemporânea
de Porto Alegre. Nesse sentido, mencionou as atividades musicais de conjuntos
que se destacaram no período de juventude de Sua Excelência. O Vereador Elói
Guimarães, em nome da Bancada do PTB, louvou a iniciativa do Vereador Paulo
Brum de propor a presente homenagem, destinada à entrega do Prêmio Lupicínio
Rodrigues ao Grupo Impacto, tecendo considerações acerca da importância da
linguagem musical para o desenvolvimento
emocional do ser humano. O Vereador Ervino Besson, em
nome da Bancada do PDT, externou a satisfação de Sua Excelência em participar
da presente Sessão Solene, pertinente à concessão do Prêmio Lupicínio Rodrigues
ao Grupo Impacto, pronunciando-se sobre o sucesso alcançado pelo referido grupo
ao longo de seus trinta e três anos de atividade musical. A seguir, o Senhor
Presidente convidou o Vereador Paulo Brum a proceder à entrega do Prêmio
Lupicínio Rodrigues ao Senhor Luiz Carlos Vasquez, representante do Grupo
Impacto e, após, concedeu a palavra a Sua Senhoria que, em nome do grupo
homenageado, agradeceu o Prêmio recebido. Em continuidade, o Grupo Impacto
procedeu à apresentação de número musical. Após, o Senhor Presidente convidou
os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais
havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos
às dezoito horas e oito minutos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador
Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos
Senhores 1° Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene, destinada a outorga do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues ao
Grupo Impacto.
Compõem a Mesa o Sr. Luiz Carlos Vasquez,
representante do Grupo Impacto, o Sr. Ver. Paulo Brum, proponente desta Sessão
Solene.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se
o Hino Nacional.)
O
Ver. Paulo Brum está com a palavra.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, Senhoras e senhores. (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Quero dizer da alegria de estar aqui como proponente
desta justa homenagem ao Grupo Musical Impacto, reconhecidamente um dos
melhores conjuntos musicais do nosso Estado, por que não dizer do Brasil.
Cabe
ao proponente contar um pouco da história do homenageado, e permito-me,
brevemente, tecer considerações que julgo importantes para este momento.
O
Grupo Impacto iniciou as suas atividades, no ano de 1969, com a junção das
bandas The Coiners, Os Morcegos, Sound Machine e The Dazzles. Em 1971, o Grupo
absorve mais uma banda: os Cleans.
O
Grupo Impacto, desde a sua criação, sempre se destacou pela qualidade e
seriedade que todos seus componentes inspiravam. Em virtude disso, as
premiações pelo ótimo trabalho realizado não poderiam deixar de vir. São elas:
Melhor Conjunto Musical do Estado do Rio Grande do Sul nos anos de 1970, 1971,
1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, toda a década de 70 e mais
1980, 1981 e 1982. Já era tempo deste Grupo ser homenageado. É até uma falha
desta Casa não ter feito esse reconhecimento há mais tempo. Mas sempre é hora.
Troféu Portovisão, melhor conjunto em 1976 e 1977; troféu hors-concours em 1978. Com tamanha premiação, e não poderia ser
diferente, o Grupo Impacto ampliou a sua atuação buscando novos mercados. Em
1974, o Grupo Impacto realizou a sua primeira turnê ao exterior. Esteve em
Portugal e Espanha, onde apresentou suas músicas e interpretações, quando
definitivamente se iniciou uma nova etapa na carreira do Grupo. A partir de
então, as músicas do Grupo Impacto sempre estiveram entre as dez mais nas
programações das melhores rádios FM e um dos melhores colocados grupos no
índice do IBOPE de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul.
Entre
as músicas que fizeram os maiores sucessos do Grupo, destaco: Não Consigo,
Sem Jeito, Lembranças, Tudo Está Mudando,
Sonho, Saudades de Você, Hey Tchê, Hey Menina, Espantalho, Preciso Saber Viver, Bombacha Mecânica, Códigos Secretos, Nova Luz, Não Vá, Não Vá, Chance, Flutuar, entre tantas outras.
Atualmente
o Grupo Impacto é formado pelos seguintes componentes: Wandyr Vargas Jr., Leco,
na bateria; Luiz Carlos Vasquez, o querido Vasquez, no baixo e voz; Edson
Machado, Edinho, na guitarra; João Blattner, o João, engenheiro de som; Osmar
de Souza, Kako, nos teclados e voz; Vandelino Leipert, Vando, nos teclados e
voz, Adão Jorge da Rocha, Jorginho, percussão e voz, e a Maria Bernardes,
vocalista.
Assim,
durante esses 30 anos de uma gloriosa trajetória musical, foram várias as
justas homenagens a este Grupo, que tem um único objetivo: tornar, com suas
músicas e interpretações, mais alegres nossas vidas, animando bailes e shows pelo nosso Estado. Permito-me, com
toda a humildade, junto com os meus pares, conceder o Prêmio Lupicínio
Rodrigues a este conjunto que faz parte da nossa cultura, se constituindo em
mais um talento revelado pelo Rio Grande do Sul.
Mais
uma vez, repito, com honra e muita emoção, estou orgulhoso em ter a
oportunidade de homenagear tamanho ícone da nossa cultura musical. E digo a
esses reconhecidos talentos: sigam em frente com suas canções e interpretações,
porque a mensagem por vocês transmitida alegra as nossas almas e os nossos
corações.
Permitam-me,
nesse momento singelo, fazer também uma declaração pessoal: sempre, como
político, como homem público, tive o sonho de poder ver, de ouvir, o Grupo
Impacto tocando para mim. Meu querido amigo, Presidente João Carlos Nedel, eu
realizei esse sonho. No ano de 2000, tive a grata felicidade, a honra, de poder
contar com o Grupo Impacto animando o lançamento da minha candidatura à reeleição
de Vereador. Deu sorte, conseguimos dobrar a votação. Como aquilo que está
dando certo não se muda, hoje à noite vou sonhar novamente com o Grupo Impacto
tocando, mais uma vez, em nossa homenagem.
Portanto,
Sr. Presidente, quero dizer da emoção deste momento e dizer ao Grupo Impacto:
siga em frente, porque precisamos muito das suas canções. Que Deus vos ilumine!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Registramos a presença dos Vereadores
Adeli Sell, Carlos Alberto Garcia, Elói Guimarães, Ervino Besson, do nosso
sempre Vereador Jacques Machado, o Jacão. Estava aqui, também, o 1.º Suplente
Mário Fraga. Registramos também a presença da Fifa Machado, Suplente de
Vereador desta Casa.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra em nome do PT.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, meu caro Vasquez, representando o Grupo Impacto;
aos componentes e simpatizantes dessa Banda a nossa saudação especial e uma
saudação mais do que especial ao proponente desta Sessão Solene, colega Ver.
Paulo Brum. Coube a mim este privilégio, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, de fazer a saudação à Banda Impacto, que está, como dizia o
Jacques Machado, há pouco, na idade de Cristo. É uma boa idade! E ninguém está
aqui para crucificar o Impacto, vamos deixar claro; pelo contrário. Nós estamos
aqui para parabenizar e para dar a nossa saudação de vida longa a esse conjunto
musical, porque é exatamente através da música, através da animação dos nossos
bailes, das boas noitadas, onde as pessoas se juntam, onde as pessoas buscam a
sua congregação, que nós estamos construindo, de fato, o bem-estar do cotidiano
das nossas vidas. É também ali que se encontra o amigo, que se encontra a
solidariedade, porque nem sempre se está no melhor momento da nossa vida. O
Impacto anima; o Impacto engrandeceu e engrandece esta Cidade.
Eu,
que sou o autor da Lei que criou a Feira do Disco, informo que haverá, Vasquez
e componentes do Impacto, uma banca especial inclusive para discos usados, e
espero que as pessoas que tenham mais de um exemplar vão lá trocar por outros,
e aqueles que ainda não têm possam fazer os seus negócios para que nós nunca
esqueçamos as boas coisas que vocês têm feito nestes anos todos.
É
muito gratificante, para nós, estarmos aqui não apenas para homenagear, mas
para festejar, pois sempre é uma festa podermos estar junto com pessoas que
fazem arte, que fazem música, que fazem as pessoas se alegrar e conviver
mutuamente. Depois, sem dúvida nenhuma, vamos ter uma “palhinha” sobre isso.
Boa-tarde e boa-noite a todos, é uma satisfação poder fazer esta homenagem.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Registramos a presença do ilustre Ver.
Antonio Hohlfeldt, Líder da Bancada do PSDB.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra e falará pela Bancada do PSB.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero fazer uma saudação ao Marcos
Cunha, Vereador Suplente do nosso Partido, em Pelotas. É um prazer para nós ter
V. Ex.ª nesta Sessão.
Quero
fazer, também, uma homenagem especial a uma amiga de longa data, D. Abigail
Blattner, mãe de uma colega minha, há mais de 20 anos, do Colégio das Dores e
mãe do João. Falando com D. Abigail, ela dizia: “Garcia, na minha garagem, essa
gurizada tocou e muito.” Conhecendo a D. Abigail como nós conhecemos,
realmente, deve ter muito sentido, porque é uma das pessoas mais expansivas que
há dentro da nossa Cidade.
O
Grupo Impacto é desses conjuntos que animaram, animam e animarão várias
gerações. Vocês encantaram as noites da nossa adolescência. Em quantos bailes
de formatura, em quantas festas de quinze anos, em quantos bailes de debutantes
vocês tocaram por esta Porto Alegre, por este Rio Grande, por este Brasil
afora! Por quantos casamentos será que vocês também já foram responsáveis? Por
quantos casos de amor? E isso é a magnitude da música, a música faz isso, ela
faz sonhar, dialogar, espairecer. E vocês conseguiram e conseguem fazer isso,
vocês são daqueles conjuntos... E eu tenho filhos, hoje, o meu mais velho tem
26 anos, e já tivemos oportunidades até, recentemente, num baile de formatura
do IPA, de dizer: “Este conjunto animou a minha adolescência”, e o meu filho
dizer: “Pô, pai, que conjunto bom! Faz parte também da minha adolescência”.
Então, vocês conseguem fazer parte dessa história, vocês, realmente, são
símbolo da história de Porto Alegre.
E
aí, Ver. Paulo Brum, quero lhe parabenizar por esta iniciativa, porque este
conjunto já é uma família, é algo do dia a dia do tradicional. Foi falado aqui
em 33 anos. Trinta e três anos são algumas gerações. Então, é por isso que o
nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, gostaria de parabenizar, mas a
cidade de Porto Alegre é que tem que agradecer, o Estado do Rio Grande do Sul
tem que agradecer por isso que eu já falei: pelo encantamento, pela alegria,
pela possibilidade de diálogo, por embalar os nossos sonhos.
Portanto,
o que nós desejamos é que este conjunto continue animando, animando as nossas
noites, as nossas famílias, para que possamos, cada vez mais, ser sonhadores,
porque a música eleva a alma e nos faz, cada vez mais, ser cidadãos.
Parabéns,
Ver. Paulo Brum, parabéns, Vasquez, em nome de todos os componentes, a cidade
de Porto Alegre lhes agradece. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra pela Bancada do PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero saudar, muito especialmente,
o Luiz Carlos, o Grupo todo, os integrantes; os atuais e, certamente, os
antigos integrantes do Impacto.
Luiz
Carlos, eu sou da geração um pouquinho mais velha que a do Ver. Carlos Alberto
Garcia, eu venho da geração do Norberto Baldauf; do velho Norberto Baldauf e do
renovado Norberto Baldauf, que, felizmente, se renovou. O problema é que a
minha mulher vem da tua geração, ou vem dos bailes que vocês tocaram. Então eu
fui cobrado no sentido de que hoje eu tinha de me manifestar, não podia só,
enfim, falar do Norberto Baldauf, tinha que falar do Impacto, que é exatamente
o da experiência dela.
O Ver. Carlos Alberto Garcia falou em algo que eu penso ser
fundamental: a música. Música não é só para dançarmos. Eu era um pouco “bicho
do mato”, mas, com toda certeza, conjuntos como esses que se formaram em Porto
Alegre eram conjuntos que acabavam nos tirando da cadeira, vencíamos a timidez
e íamos para a pista de dança. Mas mesmo quando, eventualmente, não dançávamos,
ouvir a música era uma coisa importante. Penso que os gregos foram sempre muito
sábios, quando eles valorizaram a melodia. Nesse sentido, eu penso que tem uma
importância enorme a presença de vocês, e eu penso também que nós estamos por
fazer uma história dos conjuntos musicais de Porto Alegre. E, certamente, nós
temos muitos conjuntos, em diferentes momentos. Penso que muitos de vocês aqui
vão lembrar do tempo do rádio, do Conjunto Farroupilha, que não fazia bailes,
mas que muito marcou, sobretudo através da Rádio Farroupilha. Eu era menino, de
4, 5, 6 anos, ouvíamos o Conjunto Farroupilha tocar a música do Rio Grande, e
vocês vão lembrar, às vezes, que, junto com a VARIG, viajando mundo afora,
levavam o Brasil e o Rio Grande, exatamente. O Conjunto Farroupilha foi um
conjunto que marcou muito. Já me referi ao Norberto Baldauf, que foi o Conjunto
que animava os meus bailes, não da Reitoria, não peguei essa fase, mas do
Centro Cultural 25 de Julho, onde o irmão de conclaves de bailes, o Ver. João
Carlos Nedel, muitas vezes participou também. Muitos bailes nós fizemos com o
Baldauf, nos aniversários do Coral. E o Impacto já pegou uma outra geração. E é
curioso pensarmos, Luiz Carlos, como vocês pegaram uma transição de músicas,
entrando outros gêneros, e como vocês conseguiam traduzir isso dentro de uma
composição melódica, de um som que acabava pegando várias gerações. Quer dizer,
os mais velhos, como os mais jovens... Os mais jovens pelo repertório, os mais
velhos pelos arranjos que vocês faziam, e acabava, normalmente, todo mundo se
encontrando e participando desses bailes; se não dançavam, pelo menos ficavam
ouvindo e curtiam a noite toda.
Então, acho que essa é uma contribuição muito especial de
vocês. Agora, relendo a lista das músicas, quase que dá para cantarolar cada
uma. Ficaram na cabeça da gente, na nossa memória esse tipo de coisa. Isso
mostra o quanto vocês realmente conseguiram de comunicação.
Já num outro contexto, contando com televisão, contando com
disco, já bem mais expandido, mas, sobretudo, aceitando esse desafio, numa
transição de tipo de música que tivemos no Brasil, vocês conseguiram fazer essa
síntese, essa simbiose, de diferentes tipos, de diferentes ritmos, mas dentro
de uma sonoridade que acabava agradando a todo o mundo e todo o mundo acabava
acompanhando.
Nesse sentido, portanto, acho que o Ver. Paulo Brum é feliz
nesta homenagem, e eu não podia, portanto, quer em solidariedade ao meu
companheiro, e sobretudo aqui cobrado pela minha mulher, deixar de fazer este
registro: realmente, não tenho a menor dúvida de que a história, que não está
escrita e que algum dia alguém terá de escrever, da música do Rio Grande passa
por conjuntos, e passa, sem dúvida nenhuma, dentre outros, pelo conjunto Impacto.
Portanto, me parece mais do que merecido que o prêmio que
leva o nome daquele que é o compositor do Rio Grande por excelência e que
também é capaz de fazer essa simbiose entre a música urbana e uma imagem do Rio
Grande do Sul - basta lembrar tanto as músicas do Lupi, que chegam a ser
cantadas pelo Caetano e tantos outros -, seja recebido hoje por vocês, como
reconhecimento da Câmara, em nome da cidade de Porto Alegre, da minha geração
Baldauf, mas, sobretudo, daquela geração que é a geração Impacto.
Um grande abraço a vocês e a todos os companheiros e
sobretudo àqueles todos que, ao longo dessas décadas, puderam dançar, puderam
sonhar e puderam, sobretudo, cantar e fazer música junto com vocês. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Carlos Nedel): O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra em nome do Partido Trabalhista Brasileiro.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes) Inicialmente, queremos saudar o
proponente da homenagem que traz para a reflexão da Casa e para homenagearmos
um setor importante da vida, que é a música. A música é bela arte, a música
carrega a linguagem da esperança, a linguagem da alegria, a linguagem do
entretenimento, a linguagem da mocidade. A música tem essa correia de
transmissão que propugna pela paz, pelo entendimento. A música é alegria, e
lembro aquele velho chavão de que quem não gosta de música ou de samba, bom
sujeito não é. Aqui somos todos bons sujeitos, porque efetivamente gostamos de
música. O Impacto, que vem lá de 69, é exatamente esse instrumento que
concretiza a música.
Mas
também falava com o Jacão, e quero aproveitar o momento para uma rápida
homenagem a uma figura por quem tive uma grande estima - e, talvez, havia
reciprocidade entre eu e ele -, que, inclusive estudou no São João Batista, que
foi o Serginho. O Serginho faleceu há uns dez anos. Então, aproveito este
momento - ele deve estar-nos escutando -, para homenageá-lo, ele que foi um
grande integrante do Impacto. Queremos abrir esse parêntese para evocar aquela
grande figura, tão afável, tão amável.
O
Impacto, como o próprio nome está a dizer, foi um impacto e continua sendo um
impacto. Lembro, exatamente, na década de 70, fui presidente de um pequeno clube
na Zona Norte de Porto Alegre, clube que resiste aos tempos, um clube pequeno,
modesto, o Jacão conhece bem, é o Atlético Clube Libertad, próximo ao Lindóia
Tênis Clube. Lembro-me daquela juventude toda, a figura do Impacto, aquele
conjunto que se sobressaiu entre os demais conjuntos da cidade de Porto Alegre.
Não
era fácil, evidentemente, contratar o Impacto, porque tratava-se e trata-se de
um conjunto de craques, de artistas, que se firmou da forma como se firmou.
Esta
homenagem que se presta ao Impacto valoriza a Casa, porque se faz justiça a um
conjunto musical, a uma banda que fez a juventude de uma geração, fez a
juventude de milhares de pessoas. Quem da nossa geração não lembra do Impacto e
não teve a oportunidade de dançar, de ouvir o Impacto nos seus verdadeiros shows pelos clubes da cidade de Porto
Alegre?
É
um momento importante, com muita justiça, sem favor nenhum. Por unanimidade a
Casa se manifestou no momento processual da iniciativa. O Impacto recebe por
justiça o Prêmio Lupicínio Rodrigues, essa figura já mencionada do grande poeta
musical que nós tivemos.
Receba
o Impacto, seus integrantes, e todas aquelas pessoas que, de uma forma ou de
outra, se ligam ao Impacto, esta homenagem.
E
há uma multidão imensa que ainda traz o Impacto como uma boa lembrança. Vamos
lembrar da adolescência, da juventude, daqueles bailes bonitos realizados em
diferentes clubes da nossa Cidade em que o Impacto atuou. Gerações e gerações,
milhares de pessoas tiveram a oportunidade de se embalar ao som do Impacto,
ouvindo e dançando.
Portanto,
receba o Impacto, os seus integrantes, a nossa homenagem e a nossa saudação.
Imaginem
os senhores um conjunto musical que superou todas as crises que a música
brasileira e conseqüentemente todas as bandas e conjuntos brasileiros sofreram
diante um processo tecnológico que invadiu a música ao vivo. O Impacto
atravessou os tempos. Há mais de três décadas está na memória das gerações de
Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e por onde atuou internacionalmente.
O
Impacto tem muitos títulos e encômios e em torno dele, vez por outra, se ouvem
das pessoas a memória pela sua atuação que granjeou, ao longo do tempo, todo
esse prestígio e esses milhares de fãs.
Hoje,
a Casa está aqui prestando um agradecimento e o faz em nome da Cidade. A Câmara
Municipal de Porto Alegre é representada por diferentes matizes ideológicos e
diferentes representantes da cidade de Porto Alegre.
Desejamos
que o Impacto continue exatamente fazendo impactos na sua atividade, na sua
qualidade, enfim, produzindo essa coisa bela que nós temos, que é a música que
alegra, clamando pela paz, pela justiça, agradando a todos nós. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
pela Bancada do PDT.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais autoridades presentes.) Eu, durante
aproximadamente 30 anos de minha vida, trabalhei em uma panificadora, e o maior
problema que eu tinha era quando o Grupo Impacto tocava em Porto Alegre e na
Grande Porto Alegre.
Eu
tinha mais ou menos vinte, vinte e dois funcionários e nos fins de semana em
que o Grupo Impacto tocava era um problema porque ninguém queria trabalhar nos
sábados à noite e eu tinha a responsabilidade de atender a nossos clientes, que
eram aproximadamente trezentos. Então, era um problema muito sério porque todos
queriam ir ao baile do Impacto em Porto Alegre ou na Grande Porto Alegre.
Portanto,
vejam o que representou e o que continua representando na nossa comunidade, no
nosso Rio Grande esse conjunto que tem um repertório musical para todos os
gostos.
Nesta
Casa, hoje, depois de um recesso, temos essa alegria de homenagear o Grupo
Impacto, como já disse, pela brilhante idéia do Ver. Paulo Brum. Que dê sorte,
Ver. Paulo Brum, que o Grupo Impacto que está hoje sendo homenageado, traga
sorte para esta Casa, para os trinta e três Vereadores e Vereadoras para que
consigamos cumprir essa metade do ano de uma forma tranqüila, de uma forma leal
e transparente, como o povo espera que nós façamos - um trabalho representando
esta Cidade de uma forma digna e tranqüila.
Lupicínio
Rodrigues que foi um personagem que todos nós sabemos, dentro de nossa música,
dentro daquela história dele como músico, o que representou. E, portanto, hoje,
o Grupo Impacto está sendo homenageado aqui, com o Prêmio Lupicínio Rodrigues,
33 anos.
Todos
nós sabemos quantos conjuntos quando têm a grande mídia estão no topo do
sucesso; acaba a grande mídia e vai-se o artista, vai-se o conjunto. O que não
é o caso do Impacto, que não tem a grande mídia e está aí há 33 anos levando as
suas músicas, o seu show, como já
disse, para todos os níveis sociais e classes sociais.
Portanto,
temos algo a fazer aqui hoje: pedir ao nosso protetor lá de cima que ilumine
esse conjunto, os componentes, as pessoas que passaram por esse conjunto, as
outras que vão passar e essas que estão neste momento. Muita luz, muita paz,
que o nosso protetor lá de cima esteja lado a lado, a todo o momento, para que vocês
continuem levando essa simpatia, essa alegria para esse nosso povo, que é um
povo sofredor. Portanto, tenham a certeza de que com a noitada que eles passam
com vocês o sofrimento fica de lado; depois de uma noitada de alegria, eles
chegam em suas residências com a sua alma lavada. Muita saúde, muita paz a cada
um de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Temos a honra de convidar o Ver. Paulo
Brum, proponente desta homenagem, a proceder à entrega do Prêmio Lupicínio
Rodrigues ao Sr. Luiz Carlos Vasquez, representante do Grupo Impacto.
(Procede-se
à entrega do Prêmio Lupicínio Rodrigues.)
Temos
a honra de passar a palavra ao Sr. Luiz Carlos Vasquez, que irá provar que é
tão bom orador quanto músico.
O SR. LUIZ CARLOS VASQUEZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Eu confesso que estou emocionado depois de todas essas palavras
amigas que recebemos. Fica difícil fazer uma retrospectiva ao pé da letra, mas
alguns tópicos que os Vereadores salientaram são importantes, e vale salientar
algumas coisas, como por exemplo alguns convites que recebemos, depois que
passamos a ter uma carreira em disco, para que fossemos residir no centro do
País. Então, isso, de nossa parte foi negado, porque achamos que poderíamos
ficar na Cidade que tanto amamos e fazer com que a nossa música chegasse a todo
o Brasil, sem ter de sair da nossa Cidade, Cidade que amamos e de onde não
queremos sair. Este prêmio, eu, assim como meus colegas, vejo como um casamento
do Impacto com Porto Alegre, porque justamente este prêmio é o reconhecimento
por todo o trabalho que fizemos ao longo desses anos e que era um namoro,
justamente por não termos querido sair da nossa Cidade. Hoje, estamos recebendo
este prêmio que eu considero um casamento final desse namoro maravilhoso até
hoje do Impacto com a cidade de Porto Alegre. Não só Porto Alegre, como Rio
Grande do Sul e Sul do País: Santa Catarina e Paraná.
Em
78, gravamos nosso primeiro disco, pela Warner, e tivemos a felicidade de ter
uma música escolhida pela Rede Globo para trilha de uma novela chamada Te Contei?, talvez vocês lembrem. E essa
novela projetou a nossa música para o Brasil inteiro, através da música Não Consigo. A partir daí, passamos a
levar a nossa música para o resto do Brasil, e conseqüentemente o nome da nossa
Cidade e do nosso Estado. Quero, em nome do Grupo, agradecer de coração ao Ver.
Paulo Brum, pela indicação deste prêmio. Naturalmente que não vamos fazer uma
apresentação aqui para vocês, mas nós podemos dar uma palhinha, principalmente
dessa música que foi um sucesso que projetou o Impacto; depois faremos uma
homenagem ao nosso querido Lupicínio Rodrigues.
Agradeço,
de todo o coração, em nome dos colegas do Grupo e gostaria também, em nome do
Grupo, de prestar uma homenagem, com este prêmio, a uma pessoa que deu o nome
Impacto ao Grupo, que foi o nosso tecladista por muitos anos, falecido em 94,
que foi o Sérgio Roberto. Ele foi o criador do nome Impacto. Agradeço de coração
por este prêmio maravilhoso, que significa muito para nós. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vamos ouvir a apresentação do Grupo
Impacto.
(Os componentes do Grupo Impacto executam alguns números musicais.)
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.
(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)
Agradecemos
a todos pela presença e encerramos os trabalhos da presente Sessão Solene.
(Encerra-se
a Sessão às 18h08min.)
* * * * *